Lembra quando o maior desafio do SEO era só enfiar “comprar tênis barato” umas 37 vezes num parágrafo e torcer pra rankear? Pois é, tempos mais simples. Agora, a gente tá aqui, olhando pro Google com aquela cara de “O que você tá aprontando dessa vez?”, enquanto ele joga na nossa cara algo chamado SGE — Search Generative Experience.
Se você não entendeu muito bem o que é isso, relaxa. Você não tá sozinho. Bora trocar uma ideia sobre esse tal de SGE e o que ele significa pro SEO, pra sua tia que tem uma lojinha virtual e pra todo mundo que depende do Google pra viver.

O que é o tal do Google SGE?
Antes de surtar, vamos com calma. O Google SGE (Search Generative Experience) é basicamente a versão mais ousada e metida a futurista do Google que resolveu meter inteligência artificial nas buscas de forma hardcore.
Em vez de só jogar links como resposta, o SGE manda ver numa resposta generativa — tipo um resuminho comestível das principais informações sobre o que você procurou. Ou seja, em vez de você clicar em mil links, o Google já te dá a resposta ali, quentinha, direto da IA.
Pensa no ChatGPT, mas com acesso ao Google. Medo, né?
E o SEO, como fica nessa bagunça?
Boa pergunta, meu consagrado. O SEO do jeitinho clássico — aquele de palavras-chave, meta descriptions e link building — ainda tá vivo. Mas tá meio baqueado, tipo tio do churrasco depois de três caipirinhas.
1. A “posição zero” foi promovida (e também virou concorrente)
Lembra da featured snippet, aquela caixinha no topo da busca? O SGE é tipo isso, mas turbinado. Ele vem com um parágrafo bem bonitinho, talvez uns bullets, e até imagens ou vídeos… tudo feito pela IA. E sabe o que isso significa?
Significa que o usuário pode ter sua pergunta respondida sem nem clicar em nada. Sim, o Google tá jogando contra a gente. Ele virou aquele amigo que joga no seu time, mas faz gol contra só pra ver o circo pegar fogo.
Resultado? Menos cliques nos links orgânicos.
2. SEO técnico ainda importa (ufa!)
Apesar da IA escrever as respostas, ela ainda precisa se alimentar de conteúdo bom e bem estruturado. Ou seja, se seu site estiver bagunçado, lento, ou com um sitemap mais perdido que estudante de humanas em aula de cálculo, a IA vai te ignorar bonito.
Continua sendo fundamental:
- Ter um site rápido
- Estrutura de headings certinha (H1, H2, H3, etc)
- Conteúdo que resolve problema real
- Dados estruturados (Schema.org ainda é hype)
- E por favor, mobile first, né? Já tamo em 2025.
3. Conteúdo ainda é rei (mas agora ele tem que ser bonitão e inteligente também)
A IA vai caçar conteúdos confiáveis, completos e bem escritos pra usar nas respostas. Então, se você escreve artigos estilo “10 formas de emagrecer comendo coxinha”, talvez não seja o tipo de fonte que o SGE vai usar.
Mas se você cria conteúdo profundo, que resolve mesmo o problema do usuário, com fontes confiáveis, exemplos, explicações claras… aí sim, você tem chance de aparecer nas fontes recomendadas que a IA lista no fim do texto gerado.
Sim, ainda dá pra ter tráfego — mas agora você compete com o próprio Google. Ironia é isso.
O Google vai roubar nosso tráfego?
Sim. Próxima pergunta.
Brincadeira (mais ou menos).
O SGE tá sendo testado aos poucos, então o impacto ainda tá sendo medido. Mas o que já sabemos é:
- Em algumas buscas, os cliques orgânicos caíram drasticamente;
- Em outras, o tráfego até aumentou por conta da visibilidade nos “fontes citadas”;
- Tudo depende de quão bem seu conteúdo ajuda o Google a responder a pergunta da IA.
Então, em vez de gritar “FIM DO SEO”, talvez a gente deva gritar “EVOLUÇÃO DO SEO”. Ou pelo menos murmurar isso com um pouco de dignidade.
Como se preparar pro SGE sem pirar?
Aí vai um checklist descomplicado pra você não ser engolido pelo apocalipse da IA:
1. Crie conteúdo que resolve coisas
Nada de enrolação. Pare de fazer conteúdo só pra ranquear e comece a fazer conteúdo que responde a pergunta do usuário melhor que a própria IA conseguiria. Use exemplos, analogias, dados, experiência real. Seja humano (por enquanto, ainda é vantagem).
2. Seja confiável
A IA ama sites que:
- Têm autoridade no assunto
- Usam fontes confiáveis
- Citam estudos, dados e referências de verdade
Chega de “segundo especialistas, que eu não sei quem são, mas tá aí”.
3. Experiência do usuário é tudo
Se o seu site é lento, poluído, cheio de pop-up gritando “ASSINE NOSSA NEWSLETTER”, o Google vai dar aquela ignorada. Otimize tudo. Facilite a leitura. Use escaneabilidade. E, se possível, seja menos chato que um chatbot vendendo curso.
4. Use conteúdo multimídia
Imagens, vídeos, gráficos, gifs de gatos… ok, talvez não gatos (ou talvez sim?). O ponto é: o Google SGE gosta de mostrar multimídia, então seu conteúdo precisa estar recheado dessas coisas pra ser relevante ali também.
E os novos tipos de busca?
Ah, sim! Além de tudo isso, o SGE também deve mudar a forma como buscamos. A IA permite consultas mais conversacionais. Tipo:
“Qual o melhor notebook até R$ 3.000 pra editar vídeo e que tenha boa bateria?”
Antes, isso era meio ambíguo pro Google. Agora, com IA, a busca entende isso como um contexto real e traz uma resposta mais inteligente, agrupando dados de vários lugares.
Resultado: a gente vai escrever mais como fala, e o conteúdo precisa refletir isso.
Sim, o SEO vai virar mais “humano” também. E se você escreve de um jeito muito robótico, talvez seja hora de soltar um pouco a gravata e escrever como se estivesse explicando pra um amigo.
IA vai fazer SEO por você? Vai. Mas não do jeito que você quer.
Se você acha que vai largar tudo nas mãos da IA e deixar ela escrever, otimizar, publicar e rankear conteúdo sozinha… sinto informar, mas o SGE não tá afim de conteúdo genérico feito por robôs.
O futuro do SEO é gente usando IA com inteligência, e não IA tentando ser gente.
Use a IA pra:
- Fazer pesquisas rápidas
- Ajudar a estruturar tópicos
- Analisar concorrência
- Automatizar coisas repetitivas
Mas o conteúdo raiz, bem feito, com voz própria, ainda vai ganhar destaque. Porque a IA pode até parecer inteligente… mas ela nunca foi ao boteco, não tomou café ruim às 3h da manhã escrevendo blogpost, nem entende gíria regional.
Conclusão: SGE é o novo vizinho que chegou pra mudar a vizinhança
O Search Generative Experience não é o fim do SEO. É só o próximo nível do jogo. Um nível mais difícil? Sim. Com um chefão novo que parece roubado? Também. Mas é jogável.
O segredo é entender o que a IA valoriza, adaptar o jeito de criar conteúdo, usar a tecnologia ao seu favor e — acima de tudo — continuar entregando valor real pra quem tá buscando.
SEO nunca foi sobre hackear o Google. É sobre entregar a melhor resposta possível pro usuário.
Agora, a diferença é que essa resposta precisa ser tão boa, mas tão boa, que até a IA diga: “Opa, isso aqui vale mostrar.”
Então respira. Ajusta as estratégias. E bora continuar jogando esse jogo maluco que é a internet.